Campanha eleitoral não é um tedioso desfilar de obras realizadas.
Este ano não vai ser igual àquele que passou. A Covid-19 e seu rebatimento nos jornais da TV comeram os neurônios resilientes de cada um de nós, os escolhidos para não morrer.
Valas abertas à espera de cadáveres, mães chorando, dezenas de humanos sem roupa nos CTI’s, enrolados em lençóis e presos à vida por tubos e conexões: imagens do inferno.
Não dá para ficar indiferente e chegar à urna ignorando pelo menos três aspectos:
- A importância de um sistema de saúde pública eficiente;
- A perspectiva da morte põe ricos e pobres na mesma maca;
- Os escolhidos para não morrer oscilam entre o tédio e a fome, mas não se aproximam nem se nivelam. O distanciamento social, ao contrário do que pregam as igrejas, só se agrava na perspectiva da morte. Cada um sofre seu sofrimento.
Não, não estou deprimida. Deprimentes são os tempos.
E neles, que peso tem se um candidato asfaltou uma, duas ou dez avenidas? Que importa se as escolas elencadas têm dez ou quinze salas de aula?
Muito pouco. Ou quase nada.
Importa o carisma, a capacidade de ser solidário, de compartilhar sorrisos e lágrimas.
O resto é o resto. Ou seja, uma bela cesta de maçãs azuis. Sirva-se