Marketing
Com a origem da internet na década de 90, pessoas encontraram a oportunidade de se relacionar com outras pessoas em qualquer parte do mundo através da tela do computador, sem precisar sair de casa. Com o avanço da tecnologia, a internet aos poucos foi ganhando mais adeptos. E com o surgimento das redes sociais, foi possível fazer inúmeras conexões. Familiares e amigos que moravam distantes conseguiram manter o contato, compartilhar informações sobre suas vidas mesmo de longe.
Aos poucos, as redes sociais se mostraram grandes aliados de empresas e artistas. As pessoas se sentiam mais próximas das marcas e essas por sua vez, viram nas redes sociais uma grande ferramenta para se comunicar com seus consumidores e também para alcançar novos clientes de forma fácil, ágil e barata.
O mesmo aconteceu no meio político. Através das redes sociais, políticos encontraram uma oportunidade de se comunicar com sua base, atrair novas pessoas. Através da tecnologia, o intercâmbio de ideias e projetos entre os cidadãos e as autoridades políticas se tornou mais frequente. As redes sociais também se mostraram imensamente importantes para decisões políticas, seja de cidades, estados e até mesmo países.
Em 2012, as redes sociais desempenharam um significativo papel nos movimentos que ficaram conhecidos como Primavera Árabe. A população, através das redes sociais, conseguiu derrubar ditadores na Tunísia e Egito, além de aumentar a revolta de países vizinhos que vivem na mesma situação. Contudo, não obtiveram êxito em derrubar seus líderes, que inclusive se utilizaram dessas ferramentas para reprimir a população.
O Brexit, referendo realizado para que população britânica pudesse decidir pela permanência ou saída do Reino Unido da União Europeia, entre várias facetas, também foi marcada por grande participação das redes sociais. Pesquisadores e empresas que monitoraram as campanhas nas redes sociais comentam que houve uma grande movimentação em páginas pró saída no Facebook, mais de 15 mil usuários engajados no tema no Instagram. Quanto mais a data do referendo se aproximava, maior eram o número de publicações de páginas e perfis a favor do Brexit.
As eleições nos Estados Unidos também sofreram grande influência das redes sociais. Em 2008, o até então candidato a presidente Barack Obama estava presente fazendo campanha em 16 redes sociais. E mais tarde em 2016, com as eleições que elegeriam Donald Trump, foram marcadas por grandes polêmicas envolvendo o Facebook e uma empresa de análise de dados, Cambridge Analytica, que utilizou, sem autorização de mais de 50 milhões de usuários, seus dados para campanha de publicidade.
Antes mesmo, ainda nas eleições primárias, Bernie Sanders, candidato à nomeação do partido democrata, tinha apenas 9% das intenções de voto no início de sua campanha e ao final, contou com 49,6% de votos, empatando com a também democrata, Hillary Clinton. Especialistas confirmam que a guinada de votos para Bernie Sanders foi diretamente influenciada pela sua estratégia de campanha nas redes sociais. Bernie garantiu mais compartilhamentos nas suas publicações e conquistou mais seguidores em suas redes sociais. Em comparação, Hillary teve mais destaque nas mídias tradicionais.
A tendência se repetiu no Brasil. As manifestações que ocorreram em junho de 2013 foram coordenadas, principalmente, através das redes sociais. Já próximo das eleições presidenciais em 2018, uma pesquisa divulgada pelo IBGE mostrou que a mídia tradicional estava perdendo espaço. 56% dos eleitores identificaram as redes sociais como um influenciador de decisão de voto e para 36% dos eleitores, as redes sociais teriam muita influência. E a pesquisa é comprovada quando vemos que o atual Presidente, Jair Bolsonaro, contava com apenas 8 segundos de espaço eleitoral gratuito na televisão, mas marcava forte presença nas redes sociais.
Grande parte dessas influências no Brasil e no mundo são marcadas por polêmicas como uso de fake news, bots, uso indevido de dados. Assuntos que são de suma importância e que abordaremos nessas temáticas futuramente.
Ainda há muito a ser discutido em relação às redes sociais e sua influência na sociedade. Através dessa ferramenta, ao mesmo tempo em que podemos observar inúmeras pessoas tendo a liberdade de expressar as mais variadas opiniões, o que é um ponto positivo para a democracia, encontramos também uma dificuldade em fazer com que essas vozes se tornem um diálogo. Frequentemente, os discursos se tornam mais polarizados e carregados de ódio. É preciso encontrar uma maneira de utilizar as redes sociais de forma que todos possam debater livre e de pluralmente. É assim que deveria funcionar em uma sociedade democrática.
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